46º capítulo

*Katy narrando* 
Eu fiquei anestesiada, tamanha era minha dor. Não consegui fazer mais nada, fiquei em transe por um bom tempo em frente ao volante do carro.
...
 Os dias passaram a não ter mais fim e eu fingia não saber o motivo. O destino, sem pedir permissão, havia bagunçado minha vida como eu nunca imaginara ser possível. Sentia como se meu coração parasse de bater. Agora não havia mais um sol para nascer num horizonte, ou melhor, esse horizonte nem existia mais. 

O mundo continuaria, as pessoas seguiriam seus horários e sua rotina e eu, ali, sozinha e sem perspectiva, continuaria a fazer planos sem futuro? Acho que não... Eu realmente estava muito confusa. A dor permaneceria dentro de mim como ácido pesado, mas de ação leve, que me matava aos poucos a cada dia.

A ausência dele me doeu muito, mais do que o fato de saber que outro alguém o faria feliz.

Eu não tinha o direito de me intrometer na felicidade dos dois, ainda mais quando se trata de uma criança. Agora, querendo ou não, ele construiria uma família ao lado da mulher que carrega em seu ventre um pequeno que não tem culpa de nada.
O que mais me doeu em si, foi saber que ele esconderá isso de mim e não pensou nisso quando me pediu em casamento. Ele não pensou em como eu ficaria quando soubesse que outra mulher entregaria a ele o bem mais precioso que uma família pode ter. Mas eu estava decidida, não correria mais atras dele, para mim Luan havia acabado. De ali em diante, seria eu e Deus, como sempre foi. 
Os dias foram passando, para distrair a cabeça, ia ao orfanato todas as manhãs, a falta que Vic fazia era imensa, mas eu também amava todos que ali viviam, e isso era uma coisa que ninguém poderia tirar de mim, não nessa vida. 
- Minha querida, você está se alimentando bem? - Maria perguntava quase todos os dias em que eu chegava lá. 
- Sim Maria - lhe respondia como de costume
- Pois eu não acho - disse Diego chegando por trás e me abraçando  
- Lá vem - revirei os olhos e dei um meio sorriso 
- Seus exames estão em dia? - Perguntou-me novamente
- Sim, eu estou bem - falei encarando Maria e Diego que me olhavam com ar de desconfiados. 
- Eu acho que tudo isso é falta de um certo moço - Diego murmurou me encarando sabendo que iria levar uma bronca daquelas
- Eu já disse que não dependo de homem para viver, então por favor, chega desse assunto - me estressei
- Ok senhorita, vou parar por aqui -pausa- mas você não vai gostar nada do que acaba de chegar aqui - disse e olhou para uma sombra que se aproximava de nós. 
Olhei para trás e sim, era ele. Merda, as coisas já estavam boas demais para ele aparecer lá e me fazer lembrar de tudo o que aconteceu entre nós. 
- Oi Maria, oi Diego - murmurou olhando os dois e depois desviou seu olhar para mim - Oi Katy 
Maria e Diego deram um meio sorriso após o cumprimentarem e saíram de lá. Ótimo.
Tentei não encará-lo olho no olho, seria demais para minha sanidade.
 - Podemos conversar? - Perguntou descaradamente
- Conversar? - perguntei com certo deboche - não temos o que conversar. 
- Kay por favor, nossa história não pode terminar assim.
- Que história? Eu já te esqueci Luan, vê se me esquece também - falei me virando para sair dali 
- Você está mentindo, e todas aquelas palavras ditas quando te pedi em casamento? E nossas juras de amor diante as estrelas? E nossas risadas? Nosso amor. 
- Que bom que você se lembra, porque não pensou nisso quando me escondeu uma gravidez, não é? - cuspi as palavras em cima dele. 
Saí e fui para a area da piscina, pelo menos ali as crianças não ouviriam toda essa discussão. 
- Por favor, só me dê uma chance para explicar. 
O encarei e vi piedade em seu olhar. 
- Por favor - suplicou novamente. 
Me sentei e o encarei, ele se sentou na minha frente e respirou fundo.
- Eu fiquei sabendo disso antes de irmos a Campo Grande. 
- Que? - perguntei confusa
- Espera, eu vou explicar - pausa - Tentei achar uma saída para tudo isso, eu não queria te fazer sofrer, estávamos tão felizes juntos e você já tinha passado tanta coisa por mim que eu não achei justo fazer isso com você. Tentei de todas as maneiras afastar esse filho de mim, de nós - me encarou com os olhos lacrimejando - Mas depois de algum tempo pensando, percebi que ele não tinha culpa do que eu havia feito e o afastando apenas seria pior. Pensei que de primeira você não aceitaria, pois, nem eu sei se eu aguentaria passar por isso. Mas depois pensei que conversaríamos melhor, e tudo se ajeitaria. 
- Luan - o encarei - você se coloca no meu lugar? Você acha que é certo eu continuar com você agora? 
- Sim! Nós nos amamos. 
- Por favor - tentei conter algumas lágrimas - nada vale mais do que um filho, é o seu sonho, é o meu sonho. Mas infelizmente não vamos realizar esse sonho juntos. Eu amo muito você - suspirei - mas eu não quero ser a culpada por destruir uma família. 
- Katy, minha família é você! É com você que quero ter filhos, por favor. - Ele já chorava
- Não complica mais - limpei minhas lágrimas - Agora, você tem que pensar no seu... filho - falei com certa dificuldade - e por mais que isso doa em mim, não posso jamais disputar você com uma criança.
- Eu não amo a mãe do meu filho. Eu amo você 
- Nem sempre a vida é como queremos, e pense pelo lado bom - tentei sorrir - eu nunca poderia te dar um filho. Deus te deu a chance de ser pai antes dessa doença aparecer cem por cento em ti, não desperdiça isso. Jamais seríamos completos - Oh meu Deus falar tudo aquilo estava sendo tão difícil como acreditar em todas as minhas palavras. 
- Katy - murmurou e começou a chorar - não me deixa. 
- Escuta - peguei em seu queixo e o ergui fazendo-o me encarar - eu não vou te deixar, estarei aqui sempre que precisar. Eu quero o seu bem acima de tudo, e agora você tem um filho para criar - sorri forçado. 
- Eu não vou conseguir sem você 
- Você vai sim! Como sempre fez, vai ensina-lo a jogar futebol - sorri imaginando - e se for uma menina, controle seu ciumes por favor. 
Ele abriu um meio sorriso, o que me fez sentir um pouco melhor, ou não. 
- Posso te dar um último abraço? - pediu-me 
- Oh Luan - abri meus braços e nos abraçamos como se nunca mais fossemos nos ver 
- Eu te amo tanto Katy 
- Eu também - afaguei seus cabelos e me afastei. 
...
Com o fim de tudo, tentei arrumar um rumo para minha vida, afinal, não poderia passar o resto da vida deitada no sofá da sala, assistindo a algo que passasse na televisão, apenas para me isolar do mundo. 
Em um dia que estava muito calor, resolvi ir tomar um sorvete. Vesti um short não muito curto e uma blusa regata, coloquei um chinelo normal, peguei meu óculos de sol e decidi ir andando mesmo. Peguei o elevador, e assim que o mesmo parou dei de cara com aquela tal fã do Luan. Entrei sem encara-la muito e apertei o térreo. 
- Luan te dispensou é? 
Ignorei-a
- Ou melhor - me encarou - te traiu - riu - e ainda por cima engravidou a outra. Sua corna. 
- Olha - a encarei - Acho que você convive com o Luan vinte e quatro horas por dia com ele né? Porque então não pergunte a ele o que realmente aconteceu, acho que você está um pouco desatualizada - dei um meio sorriso
- Katy, todo mundo já sabe que você não consegue segurar ninguém. Nem a sua família quer você. Olhe só - me olhou com certo desprezo - Desde que mudou para esse prédio que eu me lembre nunca a vi com ninguém que não seja aquela senhora que teve dó de você, por ter leucemia e veio cuidar de você. 
A olhei perplexa 
- Você acha mesmo que o Luan ficaria com alguém que já teve a mesma coisa que ele? Agora que ele se curou, jogou-a fora, porque sabe que não vai ser feliz com uma pessoa que já até se drogou para morrer. 
- Você é louca? - perguntei ainda pasma 
- Você tem certeza que a louca aqui sou eu? Cuidado Katy, se eu fosse você voltaria para Londres com seu pai, isso é, se ele te aceitasse novamente. E seguiria sua vida por lá mesmo. 
- Você deve procurar um psiquiatra, porque pra saber tanto da minha vida assim significa que ta faltando coisas pra fazer né - falei saindo daquele elevador e a deixando falar sozinha. 
Eu não deixaria uma pirralha de meia tigela acabar com o meu mais ou menos humor. 
Fui até a sorveteria e sentei em uma mesa, um pouco afastada das demais, pedi um milk shake de chocolate e me lembrei de quando fui até a mesma com Luan, o começo de tudo. As palavras daquela menina começaram a pesar na minha cabeça e algumas lágrimas escaparam por baixo do óculos de sol. Será que ela estava certa? Eu nunca seria feliz na minha vida, será que nasci apenas para... nada? Tentei conter as lágrimas limpando-as rapidamente para que ninguém percebesse, mas elas pareciam não ter fim. Que raiva. Dei apenas um meio gole no meu milk shake, paguei e sai dali o mais rapido possível. 
Quando estava quase chegando no meu apartamento, uma menina, aparentava ter um 17 anos, alta, e bem bonita por sinal me parou. 
- Katy? 
A encarei tentando entender de onde ela me conhecia. 
- Er, me desculpe, sou a Eloá - me mostrou sua mão 
Dei um meio sorriso e apertei a mesma
- Olá Eloá, posso ajudar em alguma coisa? 
- Na verdade sim - pausa - eu imagino que você não aguente mais esse assunto mas, eu vi você na sorveteria e, me lembrei de quando foi lá com Luan.. - me olhou um pouco com receio. 
- Ah - suspirei - Quer dizer o quanto eu sou trouxa? E que ele me traiu e me deixou também? Se for isso, por favor, eu já ouvi demais hoje..
- Não, não é nada disso - ela parecia assustada 
- Tem certeza? - a encarei 
- Sim, eu.. Eu só quis vir conversar, achei que estivesse precisando de ajuda. Me desculpe - virou-se e começou a andar
- Espera - gritei e ela voltou - Me desculpa, eu não tive um dia bom - sorri
- Tudo bem - sorriu - Só queria saber se esta tudo bem com você - riu meio sem graça - Sou fã do Luan e am, torcia muito por vocês dois. Na verdade, ainda torço - mordeu seu lábio. 
- Ah, tudo bem - sorri - eu estou bem - a encarei. 
- Entendi, bom, foi um prazer conversar com você Katy - me mostrou um sorriso sincero - tenho certeza que você e Luan ainda terá muitas histórias bonitas para contar aos filhos de vocês. 
- Oh - fiquei surpresa - O..Obrigada - gaguejei um pouco. 
- Você não precisa agradecer - me olhou sem jeito e me abraçou - Obrigada eu, por cuidar tão bem do Luan. 
Fiquei sem reação, não esperava aquele ato e muito menos aquelas palavras. Então ela saiu sem dizer mais nada. 
Creio que Eloá foi um anjo enviado por Deus para fazer-me melhor naquele dia, pois depois disso não parava de sorrir. 

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chegou chegando a melhor da balada! ok parei kkk 
ooooooooooi meus amors! Tudo bem com vocês? 
Olha me empolguei nesse cap.. Enfim kk 
E essa reconciliação e não do casal ein? Será que vai continuar assim? Espero que não rs. 
E essa fã mal criada, espero que ela só exista na fanfic mesmo ein? kkk que horror. 
Mas a Eloá compensou, muito fofa né? Ok vou parar de falar! kkk 
Bom, vi vários comentários falando que a Kay foi muito dramatica ao saber e tals. 
Mas se coloquem no lugar dela,assim como eu me coloquei, você ta namorando um cara, e ele te pede em casamento, para depois de tudo marcado te falar que engravidou outra? Tudo bem que foi antes deles ficarem juntos, mas ele escondeu isso dela por muito tempo não acham? Eu ficaria puta rs
Enfim, leitoras novas, meus amorzinhos! Sejam bem vindas, eu espero que vocês não me abandonem! 
Fuiii ♥